Só hoje consegui vir aqui e escrever. Meu final de semana foi horrível. Perdi um amigo mais do que especial pra mim. O Bruno saiu pra andar de bicicleta, sem documentos e sem celular, no sábado à tarde. Achamos que ele estava demorando demais e começamos a procurá-lo. Um bom tempo depois descobrimos que ele tinha sofrido um acidente. Foi atropelado. Meu amigo não volta mais…
Foi o Bruno quem me apresentou a maioria dos meus melhores amigos. Foi ele que me ensinou que a amizade é ingênua e simples. Ele vinha brincar, ou ficava ollhando de uma forma meiga. No início, logo que ele veio trabalhar comigo, eu tinha uma certa implicância com ele. Até comentei isso com ele alguns meses atrás. Ele olhava estranho, e tinha um jeito quieto que causava curiosidade. Não demorou pra eu perceber que ele olhava estranho porque olhava no olho. Era carinho. Aprendi a conviver com meus amigos como uma família, a dizer o que eu sentia e a demonstrar que eu gostava das pessoas. Ele veio todo alegre uma vez me mostrar uma caixa de CDs do Simon and Garfunkel, que ele havia ganho do pai dele. E a gente vivia trocando gostos musicais.
Domingo, depois do enterro, estávamos lá os amigos lembrando algumas coisas, e a gente chorava e ria junto. Só tem coisas boas pra lembrar dele. Só mesmo coisas boas. A cumplicidade pras indiadas e pras noites de trabalho. Pra cerveja depois das madrugadas de trabalho. O Bruno estava em tudo isso. Os chavões que só poderiam vir do humor inteligente e refinado dele. As piadas internas e bizarrices que nem todos vão entender, é claro, mas são boas pra secar um pouco o rosto e rir das lembranças:
“Francamente, Otto”
“Saaaaaabeeeee”
“Que foi que tu disse, Cristiana?”
“Não sei se isso é lícito”
“Sai de perto de mim”
“…o ouro do besouro”
“Tô me sentindo um colega de trabalho teu, Cristiana”
Tem ainda “um brinde à roupa do Guaragna“. Tem o omelete com pão integral, tem o dedo cortado no dia da caipirinha, tem o banho de chuva na véspera de Natal, no show da Apanhador Só. Tem o Bruno abaixando a cadeira de todos, tem ele na jantinha comigo e com a Cris, mordendo o croissant congelado e dizendo que tava tri bom. Tem o Bruno me apressando pra irmos jantar, e pra eu me arrumar rápido pra sairmos em Buenos Aires. A dança do pezinho. Tem os nossos planos de montar um site e as conversas-cabeça por msn. Tem o Bruno carregando a caixa de cervejas logo que entrou pra equipe do clic. Ele tirando os óculos pra rir. O Bruno estava em tudo. Nada mais vai ser igual depois que ele passou por aqui.
É isso. Ficam muitas saudades. Ficam coisas boas.
“Desculpe, meu amigo, mas não dá pra segurar”
27/03/2007 às 7:05
Lindo isso, Cris.
Um beijo grande.
E, claro, muita saudade do jeito doce do Bruno.
27/03/2007 às 7:06
bruninho, bruninho.. não tenho dúvidas de que ele está bem pertinho de nós!
27/03/2007 às 8:05
Não precisa dizer mais nada né Cris.
Que que você escreveu…
Como diz o Dani, nós perdemos um amigo,
mas Deus ganhou um anjo!
Te amo, viu Cris! Não esquece disso!
Beijão!!!
27/03/2007 às 8:05
Não precisa dizer mais nada né Cris.
Que bom você escreveu…
Como diz o Dani, nós perdemos um amigo,
mas Deus ganhou um anjo!
Te amo, viu Cris! Não esquece disso!
Beijão!!!
27/03/2007 às 9:30
Muito legal o post, Cris. É tudo realmente inexplicável. Força!
27/03/2007 às 9:32
Cris, teu texto tá tri bonito! Quando tu descreveu as primeiras impressões que tu teve dele, parecia que eu voltei lá pra 2004, quando eu conheci essa figura na minha cadeira de estágio…
Sábado de noite eu recebi uma notícia trágica, mas acabei vendo o quanto tu é amiga, pela preocupação que tu sentia.
Vê se fica bem! Precisando de qualquer coisa, pode contar comigo.
27/03/2007 às 15:26
Coisas boas pra lembrar é o que importa…saber que ele foi feliz também…Era realmente para viver do jeito que viveu…
Deixou saudades? Muitas!
O mais importante :deixou ótimos referenciais e um perfume na vida de todos que vai ficar no ar…para sempre
Que bom que foi assim…o ar fica mais leve e as lembranças menos doloridas
O tempo…Ah,ele vai se encarregar de fazer doer menos e de recordar mais!
Se cuida!
27/03/2007 às 20:07
Te amo, miguinha…
27/03/2007 às 21:36
Bah… eu lembrei direto da música do ira no domingo… saaaabeee… saudades
27/03/2007 às 21:59
Ela não me saía da cabeça um minuto, Ana…
27/03/2007 às 23:39
lembrei de outros versos:
“o seu coração é uma casa de portas abertas / amigo você é o mais certo das horas incertas”
27/03/2007 às 23:46
Lembra dessa, Cris?
“Brigadão querido!
Ontem eu e a cris vimosum guri que dançava parecido contigo! mas claro que não tinha o mesmo estilo que tu, né, óbvio!! hihihi
no sarau elétrico… era sobre o Bandeira :)
vamos na festa de formatura da famecos sábado?
beijoss”
27/03/2007 às 23:51
Só quem teve de fato amigos sabe que eles são, disparado, a coisa mais importante que existe no mundo. É através deles que a gente consegue enxergar a cor que se esconde nesse mundo cheio de cinza.
Lamento pelo amigo que vocês perderam. Muito, muito mesmo.
Um beijo, Cris. Qualquer coisa, fala comigo. Gosto demais de ti, viu? Fica numa boa =)
28/03/2007 às 1:40
Não conhecia a figura, mas li no jornal e achei triste, muito triste, um piá, com 20 anos, morrer de forma tão… besta.
Se, nenhuma morte é besta. Apenas a forma como se morre o é.
Bonita homenagem, gostei do texto.
Se em algum lugar ele estiver acessando a internet, certeza que também gostará.
Perder um amigo, algumas vezes, dói tanto quanto morte de irmão.
Ficam as boas lembranças.
T+
28/03/2007 às 2:17
A primeira notícia que fiquei sabendo era que tinha morrido alguém do offline. Vocês todos da minha época passaram na minha cabeça. Comecei a perguntar sobre mais notícias. Eu não conhecia o Bruno, mas sempre choca saber que alguém tão jovem e que estava ali do lado se foi…
Teu post está muito lindo e a vida é mesmo essa contradição, porque alguém que nos deixa nos faz triste e alegra por suas lembranças.
28/03/2007 às 4:24
Cris, fica bem. Se ele ficou tão pouco tempo por aqui, deve ser porque não tinha muito mais a aprender. Era mesmo um guri muito especial que vai deixar saudade.
Um beijo carinhoso.
28/03/2007 às 5:36
lamento. mesmo. :(
28/03/2007 às 5:45
Não tem o que dizer Cris… . Mas, lindo o que vc escreveu… Beijo
Dize
28/03/2007 às 5:55
Não podemos esquecer do chulezão embaixo da mesa, né? Hehe
Tenho certeza que ele não se foi, Cris. Tá aqui pertinho, toda hora, no nosso pensamento, nas nossas lembranças, nos nossos corações! É nessas horas que a gente percebe como a separação não significa nada quando se tem amor. Sentiremos a presença dele para sempre.
28/03/2007 às 13:20
fico triste com o acontecimento e mando um forte abraço de conforto para você. por tudo o que disse, o xará aí parecia mesmo uma pessoa muito especial. fique bem. beijão.
30/03/2007 às 15:22
A vida às vezes (quase sempre) é uma merda.
30/03/2007 às 18:01
sinto muito pela tua perda, cris.
morte é o tapa na cara que a vida nos dá. nos acorda e nos lembra que o homem de aço é ficção, que aqui a gente tá a passeio e que aquela casca grossa que a gente acha inquebrável é de cristal.
não tem consolo nessas horas, mas eu gosto de pensar que se a pessoa que se foi marcou a gente, ela vai continuar viva no nosso peito, nas nossas histórias, na nossa história. Um amigo que você perde faz cada um dos outros valer milhões mais adiante.
Hang in there, kid.
31/03/2007 às 11:47
Tapa na cara é uma das melhores formas de definir o que aconteceu, Tag. Realmente, não tem consolo. Agora sei o que é o “aperto no peito” que as pessoas diziam sentir quando passavam por situações muito tristes :(
23/12/2013 às 10:03
gente tho mt triste meu melhor amigo uma pessoa q amo mt vai embora